RESENHA | "CREEPSHOW" de Stephen King e Bernie Wrightson

Foto: Acervo Pessoal - Parágrafo Cult

Editora: Darkside Books  |  Páginas: 64  |  Ano: 2017  |  Gênero: Ficção, horror, terror

Sinopse: Creepshow reúne cinco histórias de arrepiar, duas delas adaptadas de contos que King já havia publicado: "Weeds" e "The Crate". Usando um decrépito narrador morto-vivo, o autor de It- A Coisa e Torre Negra soube recriar o clima dos gibis malditos que o assustavam quando ainda era um adolescente rebelde no estado do Maine. 

Comentei no último post sobre participações especiais de autores em adaptações de suas obras e citei a adaptação cinematográfica de Creepshow onde Stephen King atuava em uma das histórias. Isso me fez lembrar que eu tinha aqui em casa uma HQ com a história do filme e por isso resolvi trazer uma resenha da mesma para vocês. King desde jovem sempre foi muito fã de quadrinhos de terror e a maior intenção da obra Creepshow era reviver um pouco dos quadrinhos dos anos 50 do gênero.

Como não sou a pessoa mais por dentro do universo dos quadrinhos, não posso dizer se o mesmo conseguiu trilhar o caminho das HQs em que se inspirou mas posso dizer que - talvez até mesmo por conta dessa vontade de seguir esse caminho mais retrô, as histórias não são do tipo que realmente assustam. Acho que quem tem mais afinidade com filmes antigos de terror vai conseguir sentir a inspiração presente na obra e gostar do mesmo pois tem todo aquele ar dos filmes da época.

Foto: Acervo Pessoal - Parágrafo Cult

Para resenhar a hq, não vou compará-la com o filme de 1982, dirigido pelo mestre George Romero, na qual foi baseada. Sim, ela é uma adaptação do filme e não o contrário. Vou me ater apenas a obra impressa. Aqui, temos como narrador o Creep, um morto-vivo simpático que conta as histórias conversando com o leitor, carregando suas frases com um certo humor ácido.

A hq conta com cinco histórias curtas de leitura rápida: Dia dos Pais, A Solitária Morte de Jordy Verrill, A Caixa, Indo com a Maré e Vingança Barata. A ilustração de todas elas é impecável. Bermie Wrightson fez um trabalho maravilhoso. Elas tem um estilo bem marcante e característico de histórias antigas, ajudando a dar o tom que King queria, levando o leitor em uma viagem no tempo.

Como as histórias são bem curtas, não vou resenhá-las detalhadamente para evitar dar spoilers, porém vou fazer um pequeno resuminho para vocês. Em Dia dos Pais, conhecemos a família Grantham, onde todos possuem um elevado grau de arrogância e moral duvidosa. A família rica se junta para falar mal da tia Bedelia no dia dos pais já que a mulher é conhecida por ter assassinado seu pai após o mesmo mandar matar seu noivo. Porém, esse Dia dos Pais vai ser bem fora do comum e uma surpresa os espera.

Foto: Acervo Pessoal - Parágrafo Cult

Em A Solitária Morte de Jordy Verrill, conhecemos o homem do título (e o personagem que King interpreta no filme de 1982). Um cara bem caipira e inocente que ganha um baita "presente dos céus", o problema é que nem tudo que cai do céu é algo bom, e ele aprende da pior forma.

A Caixa... Bom, nem toda caixa deve ser aberta. Às vezes é melhor ficar curioso do que se arriscar, e depois de ler essa história, eu é que não vou sair abrindo qualquer caixa que encontrar por aí. Um dos melhores contos da HQ.

Vou ser sincera que gostei muito de Indo com a Maré. Se fosse um conto eu com toda certeza o devoraria na leitura. Aqui, o assunto é vingança. E todos sabemos que a vingança é um prato que se come frio, porém aqui, no caso, foi um prato bem molhado.

E por fim, Vingança Barata. Nojento, arrepiante e bem perturbador para os maníacos por limpeza.

Foto: Acervo Pessoal - Parágrafo Cult

A graphic-novel é bem trash, como já devem ter notado pela resenha. Elas não vão deixar o leitor com medo mas vão trazer a ele um arrepio, talvez por nojo ou por agonia. A Darkside arrasou na diagramação da HQ que tem capa dura, tá de parabéns. É uma leitura rápida, com apenas 64 páginas e que é bem divertida graças aos comentários irônicos de Creep durante a história. Porém não é algo inesquecível apesar de ser bom. Também deve se ler essa HQ tendo em mente a sua época de lançamento e também não esquecendo que ela tentava reviver o terror de uma década completamente diferente da nossa. O terror aqui é bem mais leve e até mesmo cômico, um pouco trash..

Para quem assim como eu é fã de King, essa é uma boa pedida para se ter na prateleira. <3
Ah, e uma curiosidade com relação ao filme: o personagem Billy, garotinho que aparece no começo do filme é um dos filhos do autor Stephen King. Ele mesmo, Joe Hill (autor do livro Nosferatu que também tem resenha aqui no blog) também atuou no filme. Está uma fofura. Aqui no Brasil o filme recebeu o título de Show de Horrores. Esse ano saiu uma série inspirada no filme de 1982 porém eu não assisti então não sei se é boa.

Vocês já leram a HQ ou assistiram ao filme? Se sim, me contem o que acharam. :D